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Forno público da zona histórica de Bragança pode voltar a funcionar

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Ter, 12/08/2008 - 08:03


 Um grupo de moradores do Bairro Além do Rio, na zona histórica de Bragança, quer formar uma associação com o objectivo de recuperar o forno público que ali existe e que está completamente degradado e em risco de ruir.

Os impulsionadores da ideia pretendem fazer a constituição da associação ainda este ano para depois começar com o processo de recuperação do forno. “Nós estamos a tentar formar uma associação para tentarmos fazer daqui alguma coisa, falei com o pessoal do bairro, amigos a ver se conseguíamos fazer uma associação”, explica Francisco Olegário, um dos elementos que está a dinamizar a constituição da associação.

 Francisco Olegário acrescenta que para além de se querer dar a utilização inicial àquele espaço, pretende-se ainda fazer um centro de convívio para os idosos do bairro. “Também estamos a prever fazer uma sala para os idosos que quiserem cá passar a tarde ou um bocadinho da noite, em vez de estarem metidos nas casas podem renuir-se aqui na associação”, anuncia um dos impulsionadores da ideia.  O forno era privado mas na Páscoa, por exemplo, era aberto à comunidade para ali poder fazer o folar. A população do Bairro Além do Rio recorda o tempo que o forno ainda funcionava. “Vinham com as canastras da massa às costas para fazer o pão aqui”, recorda uma moradora. “Vinha para aqui tudo para fazer o pão, os folares”, afirma outra habitante concordando com o facto de poder vir a ser recuperado “sempre tínhamos um forno para assar qualquer coisa”. “Fui lá durante muito tempo fazer os folares enquanto a senhora lá esteve, depois morreu, o forno foi-se deteriorando e ficou assim caído, mas era um forno onde vinha muita gente fazer pão”, relembra outra das habitantes do Bairro Além do Rio acrescentando que “nós dávamos uma determinada quantia de dinheiro para cozerem o pão porque também tinham que comprar a lenha”.  Há vários anos que o forno está desactivado e quando começou a degradar-se a câmara de Bragança adquiriu o edifício. Por isso, a recuperação só poderá ser feita com autorização da autarquia. O presidente da câmara, Jorge Nunes, mostra-se favorável à ideia e manifesta-se disponível para ceder o edifício à associação. “Acho uma iniciativa muito interessante dos cidadãos”. “Oxalá constituam rapidamente a associação e felicito-os por essa vontade, estamos disponíveis para fazer a cedência do forno para fins didácticos, pedagógicos, até para cozer pão para a comunidade se assim o entenderem, bem com um espaço de convívio para os seus associados”. Garante Jorge Nunes. “Achamos a ideia excelente, quando estiverem legalmente constituídos vamos recebê-los de braços abertos porque a iniciativa é muito positiva”, assinala o presidente da câmara garantindo que “disponibilizaremos o espaço para a associação depois de legalmente constituída”.  A autarquia admite que a parceria também pode envolver alguma colaboração ao nível financeiro.