Família de Mirandela preocupada com degradação de habitação social

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Qua, 05/03/2008 - 08:27


Uma família de Mirandela, que reside numa habitação pertencente à câmara municipal, está preocupada com o estado de degradação da casa e farta de esperar por obras prometidas pelo executivo há mais de um ano. A situação agravou-se recentemente com a queda de azulejos na casa de banho que causaram ferimentos ligeiros a uma das filhas do casal. Os vereadores do CDS/PP estão solidários com a família e dizem tratar-se de um exemplo que confirma a desastrosa política de habitação social do executivo.  

Em Setembro de 2006, a câmara de Mirandela, mediante o avançado estado de degradação de uma habitação onde residia Paula Cristina Pimentel, marido e filha, cedeu para aluguer uma casa situada no bairro operário. No entanto, a casa também necessitava de algumas obras para melhorar as condições de habitabilidade que, segundo a versão de Paula Pimentel, foram prometidas há mais de um ano. Instalação eléctrica de cabos à vista, portas e janelas com vidros partidos, remendadas com chapas, sem água quente na cozinha com tubagem apodrecida, e um esquentador numa casa de banho exígua, são algumas das situações que carecem de obras de remodelação. “São portas, electricidade, a fossa no quintal está rebentada, o cimento do chão partiu todo, a casa de banho principalmente, a casa precisa de remodelações”, denuncia Paula Pimentel.

 

Recentemente, uma filha do casal apanhou um enorme susto com a queda de azulejos na casa de banho. A moradora explica que, “a filha estava na casa de banho, estava sentada e ao puxar o rolo do papel higiénico que estava colado na parede os azulejos caem todos para cima dela, ainda se magoou no dedo, não foi quase nada mas podia ter sido pior”.

  

Perante isto, Paula Pimentel diz estar farta de esperar pelas promessas de resolução da situação e teme pela segurança da sua família. O caso foi igualmente denunciado pelos vereadores do CDS/PP que estão solidários com o sofrimento desta família. “É lamentável e de alguma forma vergonhoso que em pleno século XXI ainda continuem a existir habitações sociais da câmara municipal num complexo de degradação e sem condições de habitabilidade condignas, especialmente, quando envolve a presença de crianças”, salienta o representante partidário.

 

Nuno Sousa considera que este é apenas um dos muitos exemplos que caracterizam a desastrosa política de habitação social do executivo liderado por José Silvano. “Esta questão das habitações sociais é uma questão que o senhor presidente da câmara tem vindo a demonstrar que não existe, isto é tem defraudado os mirandelenses desde 2001”, afirma o vereador.

 

O CDS/PP a criticar a ausência de estratégia da câmara de Mirandela na habitação social.

 

Entretanto, o presidente da câmara de Mirandela, não entende as críticas da família em causa, porque, na altura da entrega da casa, José Silvano revela que a família verificou o estado em que se encontrava a habitação e foi informada que a autarquia estava a preparar o regulamento de venda e aluguer das casas pertencentes ao município e só depois seria possível realizar as obras. “ A casa estava fechada há dois anos e câmara municipal não tinha como prioridade a entrega de nenhuma casa, naquele bairro nem outro, porque estava a preparar e já saiu o regulamento de venda e aluguer das casas sociais que são propriedade da câmara municipal”, explica o autarca que diz ainda que “como o caso desta família era desesperante, a câmara mesmo assim quebrou uma das prioridades que era acabar os regulamentos e entregou a casa a esta família”.

 

O autarca acrescenta que, em Novembro de 2007, foi lançado o concurso para as obras na referida habitação e que devem começar no final deste mês. “Em Março começarão as respectivas obras e terminarão no prazo 60 dias que é o prazo legal que tem a empresa, a partir daqui toda a casa será restaurada, agora no final terá outro preço se for posta à venda, do que teria se fosse actualmente adquirida pela família”.

As explicações de José Silvano sobre este caso.