EDP adia estudo da barragem do Sabor

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Ter, 19/08/2008 - 09:54


A EDP decidiu anular sondagens arqueológicas para acelerar a construção da barragem do Baixo Sabor. A notícia é avançada pelo jornal Público acrescentando que a EDP pretende que as sondagens arqueológicas se façam em simultâneo com a realização dos trabalhos de construção da albufeira no Baixo Sabor.

Segundo o jornal Público, a EDP pediu ao consórcio responsável pelo Estudo de Impacte Ambiental do Empreendimento Hidroeléctrico do Baixo Sabor uma consulta junto de empresas de arqueologia para a realização prévia de sondagens arqueológicas e levantamentos arquitectónicos em alguns sítios que vão ser inundados pela barragem, mas, assegura o jornal que decidiu anulá-la e adiar tudo para a fase de obra, isto apesar de terem sido consultadas três empresas, que apresentaram um plano de trabalhos com prazos e preços.

 

O objectivo deste procedimento terá sido o de impedir que esses trabalhos pudessem adiar ainda mais o início da construção da barragem, dado que se algumas dessas sondagens arqueológicas levassem à descoberta de algo muito importante, a aprovação Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução seria mais demorada e o arranque da obra teria que ser adiado. Estas contradições só aumentam as dúvidas de alguns arqueólogos em relação à forma como este processo tem sido tratado, embora ninguém ponha em causa a qualidade do caderno de encargos já aprovado para a salvaguarda do património.

 

O Público adianta também que, segundo algumas empresas do sector, o documento está à altura da gigantesca tarefa de levantamento e salvaguarda de bens patrimoniais que é necessário levar a cabo ao longo dos 56 quilómetros de albufeira da futura barragem. Entretanto, o diário revela que no Baixo Sabor já começaram a ser colocados placards anunciando a construção da barragem bem como os marcos que indicam a cota da albufeira. Mas os trabalhos a sério ainda não começaram porque algumas dúvidas levantadas por entidades ligadas ao ambiente e à cultura têm impedido a aprovação final do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução.

 

E só com a aprovação deste documento é que a obra pode arrancar. O Governo quer que os trabalhos comecem o mais rapidamente possível e tem pressionado as entidades envolvidas para resolverem as questões pendentes. A EDP também quer o mesmo, até porque já está a pagar multas diárias ao consórcio que vai construir o empreendimento, composto pelas empresas Bento Pedroso e Lena. Para ultrapassar os entraves existentes, O Público conta que a EDP vai reunir-se com as entidades públicas que levantaram objecções e é provável que do encontro saia um entendimento que permitirá aprovar o RECAPE nos próximos dias.