Sex, 21/07/2017 - 13:02
Maria Bacalhau, de 60 anos, reside em São Salvador, no concelho de Mirandela. Há cerca de três anos, foi-lhe diagnosticado cancro da mama, tendo sido submetida a uma mastectomia e fez também quimioterapia e esvaziante ganglionar, no Instituto Português de Oncologia, no Porto.
Desde então tem vindo a ser seguida com regularidade no IPO, e nos últimos tempos tem sentido muitas dores e reduzida mobilidade no braço direito, levando o IPO a recomendar a realização de sessões de fisioterapia para debelar a situação.
No entanto, para que fosse possível dar seguimento a essa recomendação, a médica de família teve de pedir a marcação de uma consulta na ULS do Nordeste, na especialidade de medicina física e de reabilitação, o que veio a acontecer no dia 17 de fevereiro deste ano.
No relatório enviado, a médica de família referia mesmo que a prioridade da consulta era urgente. Só que, cinco meses depois, a consulta ainda não está marcada.
Virgílio Bacalhau, marido da utente, telefonou para o hospital de Macedo de Cavaleiros, onde a consulta deve ser marcada, e ficou a saber que ainda não há qualquer data agendada e nem têm qualquer previsão, porque o único médico fisiatra ao serviço da ULS do Nordeste, que integra 15 centros de saúde e três hospitais, prepara-se para gozar um período de férias, o que o deixou indignado.
Maria Bacalhau está desesperada porque as dores no braço são insuportáveis e o marido conta o calvário que tem sido os últimos dias.
Diga-se ainda, que as consultas desta especialidade, para além da lista de espera, só acontecem nos hospitais de Bragança e Macedo de Cavaleiros, levando a que os utentes do sul do distrito tenham de efectuar uma longa distância.
Por exemplo, um utente de Freixo de Espada à Cinta, tem de percorrer cerca de 200 quilómetros, ida e volta, para ter uma consulta de medicina física e de reabilitação, no Serviço Nacional de Saúde.
Confrontado com este caso, a administração da ULS do Nordeste respondeu através do gabinete de comunicação, confirmando que apenas dispõe de um fisiatra no seu quadro clínico, mas alega que está a desenvolver todos os esforços, “quer no sentido de o dotar de mais profissionais médicos, quer de facultar a resposta assistencial necessária aos utentes da especialidade de Fisiatria - entre os quais a referida utente de Mirandela - com a maior celeridade possível”. Escrito por Terra Quente (CIR) // Foto: saudeserv.pt