Bragança homenageou Giovani Rodrigues com silêncio e apelou à não violência

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Seg, 13/01/2020 - 10:30


Com silêncio, a comunidade brigantina homenageou o estudante Luís Giovani Rodrigues que morreu depois de ter sido vítima de um espancamento em Bragança. 

A marcha silenciosa, que reuniu mais de 2000 pessoas, não só estudantes como habitantes da cidade, percorreu algumas ruas de Bragança entre o Politécnico de Bragança e a praça da Sé onde decorreu uma vigília, também ela silenciosa.

O estudante cabo-verdiano, que estudava no IPB desde Outubro, morreu após 10 dias em coma, na sequência de agressões sofridas dia 21 de Dezembro à saída de um bar em Bragança, que terão sido cometidas por um grupo de 15 pessoas. O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária mas ainda não houve detidos. Os participantes na marcha pediram justiça para Giovani. “Pedimos justiça, porque há falta de provas, não dizem nada, se já sabem quem foram os culpados, e isso aumenta a consternação”, afirmou uma das participantes na marcha.

O presidente da Associação de Estudantes Africanos do IPB, Wanderley Antunes, destacou a mobilização para esta marcha. “Esperávamos por uma grande adesão, da população residente e da comunidade estudantil do IPB, a moldura humana foi a que esperávamos”, referiu. O representante dos estudantes afirmou que a consternação ainda é muita entre a comunidade estudantil.

O secretário de Estado do Ensino Superior e ex-presidente do politécnico de Bragança juntou-se à homenagem. Sobrinho Teixeira considera que se trata de um caso isolado, mas garante que não será esquecido. “Sobretudo transmitir que aquilo que se passou não será esquecido. O que vimos aqui nesta homenagem é Bragança, uma cidade multicultural”, frisando que o caso “não é Bragança”.

Também o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, que se associou à iniciativa considera que o “acto isolado” não reflecte o espírito acolhedor da cidade. “Viemos prestar o nosso apoio a esta manifestação de pesar por tudo o que aconteceu, mostrando que a comunidade brigantina é pacífica e acolhedora”, sublinhou

A marcha seguiu da praça da Sé para a Catedral de Bragança onde o Bispo da Diocese de Bragança-Miranda presidiu uma eucaristia em memória do estudante de 21 anos. D. José Cordeiro apelou à paz e à não violência. “O que queremos dizer com esta marcha é que nunca mais a violência, nunca mais o ódio”, disse.

Milhares de pessoas marcharam em silêncio por Giovani e contra a violência.

Houve ainda homenagens este sábado à tarde em outras cidades portuguesas, como Lisboa, Porto, Coimbra e Covilhã, e em Cabo Verde, em França e no Luxemburgo. Escrito por Brigantia.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro