Autocarros de turismo continuam parados e pedem apoios ao governo

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Seg, 14/09/2020 - 10:12


Passou por Bragança, no sábado, a iniciativa SOS autocarros, que pretende reivindicar apoios para as empresas de autocarros de turismo, dizendo que não foram contemplados pelos apoios atribuídos ao sector do turismo. 

Trata-se de uma volta a Portugal para alertar para as dificuldades destas empresas, que fazem com que cerca de 2000 autocarros em todo o país estejam parados. Não tem havido procura e para contrariar esta crise, Mabília Costa deste movimento, espera que a lotação dos autocarros deixe de estar limitada.

“Os aviões podem transportar os passageiros completamente cheios e os autocarros estão com a exigência dos 2/3, isso faz muita diferença porque as agências de viagem não conseguem a organização dos grupos e irá encarecer muito mais as viagens”, afirma.

Segundo os promotores do protesto desde Março estão parados e “90% das empresas continuam com uma quebra de facturação superior a 95%” e nem no Verão voltaram a ter alguma actividade.

“Estávamos com a expectativa que em Agosto e Setembro conseguíssemos ter algum trabalho, mas nem no Verão melhorou nada. Não conseguimos que os portugueses viagem. Se isto continuar assim antes do fim do ano irão para o desemprego mais de 2500 motoristas para o desemprego e fecharão mais de 1/3 das empresas de autocarros de turismo”, afirmou.

Em Bragança, juntaram-se ao autocarro de protesto que vinha de Braga, viaturas da JR viagens, uma empresa local que tem 10 funcionários, cujos postos de trabalho podem estar em causa se a situação de paragem continuar, admite José Rodrigues, director da empresa. “É uma situação muito crítica pois desde 14 de Março até à data não se trabalhou, não se conseguiu organizar mais nada. As pessoas têm receio e há limitações de passageiro e não se viaja. Pretendíamos apoios do governo para o sector, senão os funcionários terão de ir para o desemprego, se não há trabalho as empresas não aguentam”, referiu.

São 10 os funcionários desta empresa de viagens, mas só alguns terão serviço nos próximos tempos com alguns percursos escolares, sendo os prejuízos nestes seis meses estimados em cerca de 100 mil euros.

Esta volta a Portugal do movimento SOS Autocarros vai terminar na quarta-feira, com uma marcha lenta em Lisboa, no Porto e no Algarve. Esscrito por Brigantia.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro