Adega de Freixo de Numão moderniza-se

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Qua, 06/08/2008 - 07:41


  A Adega de Freixo de Numão está a modernizar-se para melhor enfrentar os desafios futuros. A cooperativa desta freguesia de Vila Nova de Foz Côa foi fundada há 50 anos e tenta sobreviver num sector cada vez mais complicado.

 

A aposta, neste momento, vai para um sistema de produção que proporcione a obtenção de vinhos de melhor qualidade. António Assunção, secretário da cooperativa, explica as melhorias em curso. “ Novas filtragens e rótulos estudados com pessoas especializadas, triplicou-se o engarrafamento passando a vender-se a nível no nacional e estrangeiro e ampliou-se a informática”, esclarece António Assunção adiantando que “está em curso a implementação de um projecto de mais de meio milhão de euros com novas cubas de fermentação e armazenagem, bem como o sistema de frio mais potente para se conseguir vinhos de melhor qualidade”. O sistema “deve entrar em funcionamento na próxima vindima”, acrescenta.

  

A par disto foram ampliados os escritórios e criadas uma secção de vendas e uma sala de provas. O investimento de meio milhão de euros é feito numa altura em que a actual direcção da Adega Cooperativa de Freixo de Numão ainda deve à banca dois dos três milhões de euros da dívida herdada. Apesar disso António Assunção diz que têm conseguido pagar aos sócios em tempo aceitável, tendo liquidadas todas as vindimas. “Este ano pagamos a pipa do vinho a 170 contos, no ano passado pagamos mais 10 contos, no ano passado pagamos outros dez”, recorda o secretário da cooperativa referindo que “se as coisas fossem melhorando era bom para nós e para os associados”.

  

A direcção da Adega é a mesma do largar de azeite, que na próxima colheita deverá ter menos trabalho. Segundo António Assunção, a culpa é da menor produção de azeitona esperada em algumas zonas, por culpa do mau tempo registado na Primavera. “Há zonas em que há muita azeitona, no Douro a azeitona já vingou, as oliveiras já se notam a virar com o peso da azeitona”, revela António Assunção afirmando que “aqui para cima há menos um bocadinho, se viesse uma chuva agora era capaz de recuperar a que está”, Contudo, “ se não chover não quer dizer que tenhamos um mau ano”, refere. “A da encosta do Douro é capaz de não compensar a 100% a produção de cá de cima”, conclui o secretário da cooperativa.

  

Apesar de perspectivas menos risonhas para a produção de azeite no lagar de Freixo de Numão, a secção da viticultura deverá compensar, evitando que a Cooperativa tenha prejuízos.